Conteúdo Programático

1) Conceitos fundamentais
a) O que é dependência química: critérios simplificados (DSM-5/OMS), tolerância, abstinência, perda de controle, prejuízos funcionais e risco.
b) Uso x abuso x dependência: diferenças práticas, exemplos do cotidiano escolar e como reconhecer progressões de risco.
c) Tipos de substâncias:
i) Lícitas: álcool, tabaco/nicotina (inclui vapes), cafeína/energéticos – efeitos, sinais físicos e comportamentais, riscos específicos para adolescentes.
ii) Ilícitas: maconha, cocaína, crack, alucinógenos – efeitos agudos e crônicos, impacto em aprendizagem, memória e tomada de decisão.
d) Cérebro adolescente: noções de neurodesenvolvimento (córtex pré-frontal em maturação), neurobiologia da recompensa, papel da dopamina, plasticidade cerebral e por que a adolescência é janela de maior vulnerabilidade.

2) Impactos na infância e adolescência
a) Sinais de alerta em sala de aula
b) Efeitos sobre aprendizagem e comportamento: atenção, memória, funções executivas, sono, impulsividade, conflitos e indisciplina.
c) Relações com saúde mental: como o uso precoce pode se associar ou agravar ansiedade, depressão e quadros psicóticos; quando e como acionar avaliação especializada.

3) Novas dependências e uso problemático de telas
a) Telas e sono/foco/regulação emocional: efeitos da hiperestimulação, ciclo sono-vigília, multitarefa e queda de rendimento.
b) Jogos/Internet: definição e critérios de uso problemático, sinais em casa e na escola, fatores de risco (bullying, baixa autoestima, isolamento) e de proteção (rotina, supervisão, vínculos).
c) Diretrizes práticas para higiene do sono digital, limites de tempo, pactos de uso e manejo de conflitos.

4) Neurobiologia básica das dependências (aplicada ao cotidiano escolar)
a) Circuito de recompensa: “gatilhos”, antecipação de recompensa, tolerância e reforço.
b) Especificidades dos adolescentes: maior sensibilidade à recompensa e menor controle inibitório.
c) Como “regular” esse sistema hoje: estratégias realistas frente a telas, jogos e SPAs (sem substâncias), oferecendo recompensas saudáveis (esporte, arte, propósito, vínculos, metas).

5) Prevenção no contexto escolar (baseada em evidências)
a) Identificação precoce: triangulação de informações (professores, orientação, família) e registro responsável.
b) Estratégias preventivas: projeto de vida, habilidades socioemocionais (autocontrole, empatia, tomada de decisão), práticas esportivas e culturais, tutoria e pertencimento escolar.
c) Rede de proteção: papel da escola na promoção, prevenção e encaminhamento qualificado; construção de fluxos claros com Saúde e Assistência Social.

6) Técnicas básicas inspiradas na TCC para manejo em sala
a) Psicoeducação simples: relação pensamento–emoção–comportamento e áreas cerebrais envolvidas.
b) Reconhecimento de gatilhos e emoções; linguagem para conversar com o(a) aluno(a) sem estigmatizar.
c) Ferramentas de autorregulação: respiração diafragmática, pausa atenciosa (mindfulness breve), planejamento de alternativas e reforço positivo.

7) Casos clínicos hipotéticos e planos de ação
a) Discussão de cenários realistas (ex.: queda de notas + faltas; aluno sonolento; conflito envolvendo vaping; gamer com inversão de sono).
b) Passo a passo de manejo escolar: o que observar, como registrar, como conversar, quando e como acionar a família e a rede.

8) “Descobri um caso. E agora?”
a) Primeiros passos: acolher, ouvir, garantir segurança e registrar.
b) Abordagem com aluno e responsáveis: roteiro de conversa, linguagem não acusatória, combinados e corresponsabilização.
c) Dentro da escola: papel de professores, coordenação, serviço de orientação/psicologia escolar e gestão.
d) Acionamento da rede: quando e como contatar UBS/ESF, CAPS AD, Assistência Social e Conselho Tutelar; o que cada esfera faz; documentação necessária.
e) Fluxo de acompanhamento: devolutivas, metas, monitoramento e reavaliação.